4 de abr. de 2013

JULGAMENTO DOS ACUSADOS DE MATAR CASAL DE AMBIENTALISTAS




  Grande foi a movimentação da imprensa, movimentos sociais e artistas no Fórum de Marabá nos dias 03 e 04 de abril, vindos para o julgamento de três acusados de matar o casal de ambientalistas, José Cláudio e Maria do Espírito em Nova Ipixuna crime ocorrido em maio de 2011. O casal foi morto em uma emboscada quando estavam em uma moto no assentamento em que viviam. 
O julgamento foi considerado emblemático pois pela primeira vez um crime fundiário de repercussão internacional é julgado no sudeste do Pará, região conhecida pela tensão nos conflitos de terra e pela impunidade.
    O primeiro dia de julgamento foi tomado pela oitiva de 12 testemunhas de defesa e acusação, o segundo dia ficou guardado exclusivamente para os debates da defesa e acusação, a promotoria contou  com relatos e provas periciais de envolvimento dos acusados na cena do crime, já a defesa alegou que existem falhas no processo declarando a inocência dos acusados, um dos pontos principais da defesa foi a desqualificação do exame de DNA do fio de cabelo  na touca de mergulho encontrada na cena do crime, cujo  resultado foi impreciso.
  O desfecho deste caso de grande visibilidade deu-se em torno das 19 horas do dia 04 com a condenação em mais de 40 anos de dois dos acusados, e a absolvição do suposto mandante do assassinato dos ambientalistas, causando revolta em manifestantes que bloquearam a rodovia transamazônica por alguns minutos com palavras de ordem  _“ Maria José, a luta segue em pé!”... e ataques com  cruz e pedras ao prédio do fórum.
Muita emoção também entre os familiares das vítimas, que esperavam maior rigor e punição ao mandante do crime, finalizando o protesto com orações e cantos dos movimentos sociais.
  Essa manifestação contra o resultado marca o início das manifestações por todo o país do “Abril Vermelho”, onde movimentos que lutam pela Reforma Agrária e contra a impunidade no campo se mobilizam com protestos por todo país, fazendo referência ao mês em que 21 trabalhadores rurais foram mortos em Eldorado dos Carajás.


    Patrícia Lyon