A Saga do
Negro na construção do Brasil é um espetáculo teatral de sombra que conta com 23
pessoas entre técnicos e atores, e merece destaque e comentário deste blog não
só pela belíssima produção, ou pela técnica mais também pelo ótimo roteiro que
traz a riqueza de detalhes da história do negro, desde a vida no continente
africano até abolição da escravidão no Brasil. O roteiro é assinado pela
presidenta da ACARM, Maraica Gomes do Santos; sendo de 18 atores, 02 sonoplastas (Rafael Sampaio e
Marcos Vinius), 03 iluminadores (Ronilson, Val e Dennis) 01 diretor de
iluminação (Jael Sampaio) e 01 direção Geral (Maraica).
A saga começou
em um palco paralelo com a família real africana em sua tribo de origem, com guerreiros
africanos resguardando a vida familiar. Ao saírem para aldeia a família ouve um
movimentar estranho ao seu redor quando num blackout, a cena transcende o real
para o efeito de sombra, onde a família é surpreendida por um grupo de
escravocratas europeus, que capturou parte da família real e da aldeia, leva-os para os porões dos navios mais conhecidos
como tumbeiros ou negreiros para transportá-los para continente Americano, especificamente
para o Brasil, pois a venda de negros
sempre foi lucrativa.
A cena no
porão do navio se desenvolve de modo bem intenso, pois o balanço do mar é muito
forte. Além dos escravos apanharem e serem mal alimentados, saindo para a passagem
do navio em alto mar para o desembarque nos portos brasileiros e depois para o
mercado onde a cena da venda é muito humilhante para qualquer ser humano, pois
foi marcante quando o Senhorzinho olha a mercadoria como se fosse o animal e
efetua a compra.
Do mercado
para o cafezal, sob o holofote amarelo ao canto, e em uma voz roca entoa um canto
que conduz a história, quando de repente a cena abre para todo o palco onde os
escravos trabalham sobre a vigilância armada dos feitores que os chicoteiam sem
motivo, inclusive as crianças, são obrigadas a trabalhar.
Nesta cena o
feitor leva um negro cansado para o troco e o chicoteia até o sangue correr por
terra, enquanto isso na senzala os negros preparam-se para a revolta sendo
representada em outro canto do palco por movimentos de capoeira.
O feitor
ordena que outro negro o retire desfalecido do tronco e o coloque no colo da
esposa para que os filhos o vejam morrer, neste momento o feitor entra na
senzala e os irmãos de cor o surpreende em uma tocaia, atingindo com um golpe
fatal de capoeira. O que propicia o refúgio dos negros nos quilombos.
Sobe muita
pressão dos negros já organizados e do movimento abolicionista é encenada então
a assinatura da Lei Áurea que encerra a primeira parte da Saga do negro na
construção do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário