21 de nov. de 2011

A SAGA DO NEGRO NA CONSTRUÇÃO DO BRASIL


A Saga do Negro na construção do Brasil é um espetáculo teatral de sombra que conta com 23 pessoas entre técnicos e atores, e merece destaque e comentário deste blog não só pela belíssima produção, ou pela técnica mais também pelo ótimo roteiro que traz a riqueza de detalhes da história do negro, desde a vida no continente africano até abolição da escravidão no Brasil. O roteiro é assinado pela presidenta da ACARM, Maraica Gomes do Santos; sendo  de 18 atores, 02 sonoplastas (Rafael Sampaio e Marcos Vinius), 03 iluminadores (Ronilson, Val e Dennis) 01 diretor de iluminação (Jael Sampaio) e 01 direção Geral (Maraica).
A saga começou em um palco paralelo com a família real africana em sua tribo de origem, com guerreiros africanos resguardando a vida familiar. Ao saírem para aldeia a família ouve um movimentar estranho ao seu redor quando num blackout, a cena transcende o real para o efeito de sombra, onde a família é surpreendida por um grupo de escravocratas europeus, que capturou parte da família real e da aldeia, leva-os  para os porões dos navios mais conhecidos como tumbeiros ou negreiros para transportá-los para continente Americano, especificamente para o  Brasil, pois a venda de negros sempre foi lucrativa.
A cena no porão do navio se desenvolve de modo bem intenso, pois o balanço do mar é muito forte. Além dos escravos apanharem e serem mal alimentados, saindo para a passagem do navio em alto mar para o desembarque nos portos brasileiros e depois para o mercado onde a cena da venda é muito humilhante para qualquer ser humano, pois foi marcante quando o Senhorzinho olha a mercadoria como se fosse o animal e efetua a compra.
Do mercado para o cafezal, sob o holofote amarelo ao canto, e em uma voz roca entoa um canto que conduz a história, quando de repente a cena abre para todo o palco onde os escravos trabalham sobre a vigilância armada dos feitores que os chicoteiam sem motivo, inclusive as crianças, são obrigadas a trabalhar.
Nesta cena o feitor leva um negro cansado para o troco e o chicoteia até o sangue correr por terra, enquanto isso na senzala os negros preparam-se para a revolta sendo representada em outro canto do palco por movimentos de capoeira.
O feitor ordena que outro negro o retire desfalecido do tronco e o coloque no colo da esposa para que os filhos o vejam morrer, neste momento o feitor entra na senzala e os irmãos de cor o surpreende em uma tocaia, atingindo com um golpe fatal de capoeira. O que propicia o refúgio dos negros nos quilombos.
Sobe muita pressão dos negros já organizados e do movimento abolicionista é encenada então a assinatura da Lei Áurea que encerra a primeira parte da Saga do negro na construção do Brasil.    

Nenhum comentário:

Postar um comentário